Esportes para deficientes são debatidos em escola
15:52:00Cristiana
Até sexta-feira, a Escola João Alfredo
Roh, ligada à SME, é sede da Semana de Inclusão.
Gabriel
Bernardo Neves, 16 anos, com síndrome de down, não queria mais sair da cadeira
de rodas. A mesma coisa ocorreu com Anderson de Assis Vieira, 14 anos, que é
autista. Os dois encantaram-se com o jogo de basquete sobre rodas. Tentaram até
fazer algumas cestas. A cena pode ser vista na manhã desta segunda-feira (05)
na Escola Básica Municipal de Florianópolis João Alfredo Roh, no Córrego
Grande. Os alunos participam da “Semana de
Inclusão: Novos conceitos, novas perspectivas”.
O
evento, que se encerra só na sexta-feira, engloba palestras e atividades esportivas
tendo como foco principal crianças com deficiência. A ideia é estreitar mais os
laços desses alunos com os demais e vice-versa. Além de basquete, serão
assuntos da Semana handebol, bocha e tênis de campo. Fazem parte ainda do evento, as
modalidades “petra”, que é uma corrida;
“polibat”, esporte praticado numa mesa de tênis; e “goalbal”, esporte em que os atletas arremessam
uma bola sonora com as mãos no gol do adversário.
Para
Gláucia Alves Cardoso, professora de educação especial, quem tem deficiência se
sente mais aceito e integrado ao ambiente escolar. Por sua vez, os outros
colegas, conforme a pedagoga, passam a ter “um outro olhar em relação a quem
tem deficiência”. “Eles começam a
refletir que há diferenças, mas que todos são capazes de aprender e praticar
esportes, dentre tantas manifestações do ser humano”. A escola possui no ensino regular 14 alunos portadores de deficiência.
Sob
o comando da professora da Escola João Alfredo Rohr, Karla Pereira Tives, já
faz um ano que alunos de educação física da Universidade Federal de Santa
Catarina participam das atividades da área na unidade. Eles são ligados na
Federal ao Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência. Escola e o setor se uniram para desenvolver o projeto
pioneiro. “isto implica trabalho de inclusão e respeito à cidadania”, diz a
professora.
Esporte melhora autoestima
Uma
prática de exercício saudável, uma forma de superação de obstáculos, e melhoria
na autoestima. Esses foram alguns itens abordados pelo professor Gilson Dias
Pereira no início da Semana de Inclusão. Ele falou também aos estudantes da
diferença entre o jogo de basquete convencional e o de cadeirante.
Os
atletas são classificados com uma pontuação, conforme o comprometimento físico
individual. Cada time pode entrar em
quadra com no máximo 14 pontos. As demais regras são comuns, como é o caso do
número de jogadores, que são cinco, e a duração do jogo, dividido em quatro
tempos de 10 minutos. Treinador de basquete da Associação Florianopolitana de
Deficientes Físicos (Aflodef), Gilson apitou um jogo de demonstração entre
atletas da entidade.
“Parece
que a gente vai cair”
Assim
como os colegas Gabriel e Anderson, Monique de Moraes, 11 anos, sentou em uma
cadeira de rodas. “Parece que a gente vai cair”. Mesmo com um pouquinho de
medo, ela conseguiu equilibrar-se no equipamento e andar pela quadra. “Foi
muito legal. Agora, eu sei como os meus amigos podem jogar basquete”.
Até
a professora dos anos iniciais, Suedy Alves , experimentou a cadeira de rodas.
“Isto vai muito rápido. Tem que ser bom mesmo para praticar esse esporte”.
Show
musical e caricatura
O evento, que é aberto a todas as unidades de ensino da rede
municipal, terá sempre atividades marcadas para iniciarem a partir das 8h40 da
manhã. Nesta terça-feira haverá palestra e jogo de handebol adaptado. O cantor
autista Milton de Almeida irá fazer um show. Com a mesma deficiência, o
caricaturista Rodrigo Tramonte fará desenhos dos participantes. Na quarta-feira, é a vez da bocha e do tênis.
Petra
O Petra é o esporte que será debatido e praticado na
quinta-feira. Trata-se de uma
modalidade do atletismo onde os participantes correm com os seus próprios pés
apoiando-se a uma armação com três rodas anexadas a um suporte para o seu
corpo. O corredor tem o apoio de um assento e um guidão, que é utilizado para
direcionar. O Petra é uma opção para quem tem paralisia cerebral.
Goalball
O goalball é um jogo praticado por atletas que possuem deficiência visual. Esta modalidade será
desenvolvida no último dia do evento, sexta-feira. Os atletas arremessam uma
bola sonora com as mãos no gol do adversário. Cada time joga com três jogadores
e todos os atletas usam vendas nos olhos. A bola possui guizos, e assim eles
podem saber em que direção ela está indo. Os jogadores precisam de muita
concentração, por isso o silêncio da torcida e da equipe é importante.
Polibat
O
Polibat é uma prática esportiva direcionada a pessoas com comprometimento
motor. Este jogo é desenvolvido numa
mesa de Tênis de Mesa convencional que sofre algumas adaptações, como a fixação
nas laterais de uma madeira para impedir que a bolinha caia para fora da mesa.
Na modalidade, a raquete deve ser arrastada sobre a mesa, rebatendo a bola para
que ela saia para fora do lado do oponente.
Apoiadores
Apoiam também a iniciativa, Fundação Municipal de Esportes,
Organização para o Movimento e o Desporto Adaptado (Omda), Núcleo de Estudos em
Tênis de Campo, Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), Associação Catarinense de Esportes
Adaptados (Acesa) e o projeto social
Contém Amor.
Estrutura
de atendimento
Na
instituição há alunos autistas, surdos, crianças com paralisia cerebral e com
síndrome de Down. Esta síndrome é geralmente associada a algumas dificuldades
de habilidade cognitiva e desenvolvimento físico, assim como de aparência
facial. Há ainda estudantes com síndrome de Asperger. Este caso apresenta muitas
semelhanças com o autismo. No entanto, as pessoas não possuem grandes atrasos
de desenvolvimento de fala e nem sofrem com comprometimento cognitivo
grave.
Para atender da melhor forma as crianças, a unidade conta
com professores de educação especial, responsáveis pelo atendimento educacional
especializado, professores de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e intérpretes de Libras para alunos com
surdez. Alunos que apresentam dificuldades funcionais na fala e na escrita são
atendidos por profissionais que ensinam e produzem materiais na área de
comunicação alternativa. O estabelecimento de ensino trabalha incluindo estes
alunos em todas as atividades coletivas, promovendo acessibilidade ao
conhecimento e aos espaços escolares.
Serviço
O
que é: “Semana de Inclusão: Novos conceitos, novas perspectivas”.
Quando: De segunda-feira
a sexta-feira
Horário:
sempre das 8h40 às 12 horas e das 13h às 17 horas.
Local: Escola
Básica Municipal João Alfredo Rohr.
Endereço: Rua João Pio
Duarte Silva, 1.123,no Córrego Grande



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