Roberta
e Luciano tinham completado 9 anos de casados e estavam satisfeitos com a vida
a dois. Entretanto, sentiam que ainda faltava alguma coisa para completar o
amor de ambos. O sonho da chegada do primeiro filho foi inevitável, e em maio
de 2013 descobriram que seriam pais. Só não desconfiavam, nem por um momento,
que seria de um par de gêmeos.
Foi
na tarde do dia 26 de novembro daquele mesmo ano que Roberta deu à luz
primeiramente a Julia. Bruna nasceu uma hora depois. As duas dividiam a mesma
placenta, porém cada uma estava
envolvida por um saco amniótico, ou bolsa d’água. A bolsa da Bruna demorou mais
para romper. O parto das meninas foi normal e aconteceu no Hospital
Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina.
Hoje,
dois anos depois, as irmãs frequentam o Núcleo Municipal de Educação Infantil
Otília Cruz. A rotina da família começa cedo, às 7 horas da manhã. O casal
possui um estabelecimento comercial e precisam trabalhar o dia todo, por isso,
as meninas ficam na unidade em tempo integral.
Apesar
de terem os traços muito semelhantes é fácil identificar cada uma. A mãe conta
que além dos brincos que ajudam a diferenciá-las, as características pessoais
das duas são bem distintas. “A Julia é muito apegada com as pessoas. Ela adora
andar de mãos dadas, dar beijos e abraçar. Já a Bruna é mais observadora,
independente”.
Gêmeos: tradição de família
Roberta
viu se repetir algo comum em sua família. Ela mesma possui uma irmã gêmea
idêntica, a Renata. Também são oriundas do mesmo óvulo as irmãs dela Aline e Alessandra. Apesar
desse histórico, ela nunca imaginou que poderia ser mãe de uma única vez de
duas meninas. “Isso não passou pela minha cabeça. Minhas irmãs também já são
mães, só que nenhuma delas teve gêmeos, apenas eu”.
Com
grande carinho ela recorda do momento que descobriu a gestação em dose dupla.
“Eu estava no 5º mês. Resolvi fazer uma ultrassom particular porque pelo SUS
iria demorar muito. Então, fui até a Clínica Santa Helena com a minha irmã
Ângela. O Doutor Roberto me deu a notícia”.
O
médico mediu um dos bebês, mas depois começou a passear pela barriga dela e
encontrou uma segunda criança. “O doutor disse: parabéns mamãe, são dois! Foi
uma mistura de surpresa e emoção”, recorda Roberta.
No
mesmo dia, ao sair da Clínica ela ligou para o marido que também levou um
susto, mas que não escondeu a felicidade.
“Com a chegada delas, eu aprendi a pedir ajuda”
“Com a chegada delas, eu aprendi a pedir ajuda”
É
com a tentativa de disfarçar a emoção que Roberta comenta sobre o apoio que
recebeu da mãe, dona Neli.
“Minha
mãe esteve comigo em todos os momentos. Do início ao fim. E depois do
nascimento das meninas, ela foi essencial na minha vida. Tive que abrir mão do
meu orgulho e pedir ajuda pra minha família, porque sozinha não iria
conseguir”, confessa.
“Ter uma irmã gêmea me ensinou a cuidar das minhas filhas”
“Ter uma irmã gêmea me ensinou a cuidar das minhas filhas”
Para
Roberta ter uma irmã gêmea é de grande ajuda na hora de cuidar e educar as
próprias filhas. “Sei como eu e minha irmã não gostávamos de ser comparadas,
nem de usar as mesmas coisas”, diz.
A
mãe da Julia e a Bruna acredita que elas não devam se vestir igual, nem toda
hora fazer as mesmas coisas juntas. “Minhas filhas são muito semelhantes, mas
sempre vou defender que sejam vistas de formas diferentes. Pra mim, são duas
pessoas que merecem ser notadas individualmente. Sem sofrer com qualquer tipo
de comparação”.
Em
casa, elas gostam de ficar cada qual no seu canto. Enquanto uma desenha, a
outra brinca de boneca. “Preferem ficar no próprio mundinho”.
Na sala de aula, a individualidade se repete, conta Maria Aparecida, professora da Ju e da Bruna. “Elas gostam de brincar sozinhas, cada qual do seu jeito”.
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