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PARALIMPÍADAS - O DESTAQUE É DOS BRASILEIROS

11:26:00Unknown


"Queremos que as pessoas parem um pouco de ver que aquela pessoa
 não tem um braço ou não tem uma perna, que elas parem de ver
 a nossa deficiência e comecem a ver a eficiência". (Susana Ribeiro)


As Paralimpíadas surgiram na Itália, em Roma, em 1960, porém as primeiras competições esportivas para deficientes físicos já vinham acontecendo na Inglaterra como forma de reabilitar militares feridos na Segunda Guerra Mundial.

Agito: símbolo das Paralimpíadas representado pelas 3 cores mais comuns nas bandeiras do mundo-representa movimento

Os Jogos Paralímpicos constituem o maior evento esportivo mundial envolvendo pessoas com deficiência. Elas incluem atletas de alto rendimento que apresentam deficiências físicas (de mobilidade, amputados, cegueira ou paralisia cerebral) e atletas com deficiências mentais.

Neste ano, as Paralimpíadas Rio 2016 tem a maior edição dos realizada até hoje. O evento conta com 170 países participantes em 23 modalidades, e também com uma delegação de regugiados, como aconteceu nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

As provas se constituem de corridas, saltos, arremessos. Os grupos se dividem em classes de acordo com o grau de deficiência.

Serão 23 modalidades paralímpicas Rio 2016: atletismo (corridas, saltos, arremessos), tiro com arco e tiro esportivo, ciclismo de pista e de estrada, natação, vela, voleibol sentado,  futebol de 5 e de 7, tênis de mesa, esqui alpino, goalball, bocha, canoagem velocidade, triatlo, halterofilismo, judô, natação, remo, em cadeira de rodas: rugby, basquete, esgrima e tênis.

O Atletismo integra os Jogos Paralímpicos desde o ano em que estes surgiram, no ano de 1960, em Roma. Porém o Brasil começa a alcançar medalhas apenas a partir de 1984, quando conquistou 6 medalhas de ouro, 12 de prata e 3 de bronze neste esporte. Desde aí o país começa a colecionar medalhas com seus atletas paralímpicos. Até dias antes de iniciarem as Paralimpíadas Rio 2016, o país alcançou um total de 109 medalhas em Jogos Paralímpicos, das quais 32 foram de ouro, 47 prata e 30 bronze.

Nos Jogos Paralímpicos em Atenas, em 2004, que o Brasil começou a alcançar maior força, trazendo 16 medalhas.

Nos Jogos Parapan-americanos em 2007, no Rio de Janeiro o país alcançou outro marco com 73 medalhas no atletismo, sendo destas 25 de ouro, 27 de prata e 21 de bronze. O que lhes proporcionou o primeiro lugar geral.

Ricardo Costa - medalha de ouro salto distância (6m52) nas Paralimpíadas Rio2016
Os atletas com deficiência visual e seus guias

Nas corridas os atletas com deficiência visual são acompanhados por seus guias, que correm conjuntamente ligados a eles por um cordão. Ambos devem estar muito bem treinados e o guia não deve ter rendimento menor que o atleta evitando assim de atrasá-lo. O guia tem a função de orientar o atleta na direção correta, sem puxálo sob pena de desclassificação. Foi apenas nos Jogos Parapan-americanos de Guadalajara em 2011 que os guias dos atletas cegos começaram a subir junto ao pódio e a receber medalhas.
Evolução dos atletas paralímpicos dificulta recrutamento de guias que os acompanhem em performance
Centro de Treinamento Paralímpico em São Paulo é referência em estrutura esportiva adaptada. 

Segue o conceito de países potência como Ucrânia e Coreia do Sul, e é o que abriga o maior número de modalidades, com área total de 140 mil metros quadrados.





A Ciência e Tecnologia nas Paralimpíadas
Próteses para amputados, cadeiras de rodas, remos, e outros equipamentos  tem sido alvo da tecnologia e da ciência, trazendo cada vez mais agilidade e funcionalidade aos atletas que delas necessitam fazer uso. Ciência e tecnologia se unem em busca não apenas de melhoria dos equipamentos como também no desenvolvimento da performance dos atletas.

Os equipamentos super tecnológicos são constituídos por fibras de carbono mais finas que um fio de cabelo. 

Os investimentos realizados no esporte paralímpico brasileiro tem o objetivo de colocar o Brasil entre os 5 melhores do mundo no ranking de medalhas.


Classificação

Dentro das modalidades há categorias por tipo de deficiência, as chamadas ‘classificações funcionais’, que têm o objetivo de garantir a igualdade geral entre os competidores. No atletismo, um dos esportes que mais consegue incluir competidores com diferentes características, atletas com deficiência visual competem em uma categoria e amputados em outra, por exemplo.

No atletismo encontramos as seguintes classificações:

F – Field (campo): provas de arremesso, lançamentos e saltos
Atletismo-Provas de pista (velocidade, fundo, meio-fundo lebam letra "T" de track (pista)

Atletismo-Provas de Campo (arremessos, lançamentos e saltos): letra "F" de field (campo)

Deficientes visuais em provas de pista (corrida) ou de campo (saltos) são acompanhados pelos guias
         
Na natação, por exemplo, encontramos 14 classes. As variações de S1 a S10 (10 confere ao atleta de menos limitações), referem-se a graus de lesão medular, paralisia cerebral, prejuízo de poliomelite, nanismo, amputações e outras limitações. As modalidades com classificação S11 a S13 são disputadas por atletas com deficiência visual, e S14 por atletas com deficiências intelectuais.


SUZANA RIBEIRO
Suzana Ribeiro possui MSA - uma doença degenerativa, e luta para competir com apenas 40% da capacidade pulmonar
"Nadar prolongam meus dias".
Gaúcha de Porto Alegre, Suzana tem encontrado em sua dedicação ao esporte as forças para continuar lutando por sua vida. Anteriormente a sua doença, foi pentacampeã de triathlon (competição com natação, ciclismo e corrida) nos anos de 1993 a 1997. Em 1995 participou do Pan-americano no Mar Del Plata na Argentina e 23 participações no Ironman.

Em 1995 Suzana é diagnosticada com MSA, uma doença degenerativa que vai paralisando os músculos, o pulmão e o coração. O amor pelo esporte não a deixou desistir, encontrando nas Paralimpíadas a oportunidade de continuar sendo atleta. Em 2013 foi eleita a melhor atleta paralímpica do ano.

Mesmo com as dificuldades de saúde que aumentam a cada ano, Suzana continua treinando e sua luta constante a mantém competindo, e agora participa mais uma vez das Paralimpíadas, em seu país.

TEREZINHA GUILHERMINHA
Terezinha Guilhermina e o guia Rafael Lazarini: sincronia é o maior desafio. Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB

Terezinha é detentora de um dos maiores nomes das Paralimpíadas mundial. Recordista mundial nas provas de 100m, 200m, 400m e revezamento 4X400m. Compete na categoria T-11 (atletas sem nenhuma visão). É tricampeã paralímpica, 8 vezes campeã mundial, 9 vezes campeã parapan-americana.

Nasceu em 1978 e somente aos 16 anos foi diagnosticada com a doença congenita  retinose pigmentar, que afeta as células que captam luminosidade na retina. Nesta idade já tinha perdido 95% de sua visão e o quadro já era avançado demais para tratamento.

Iniciou nos esportes através de uma comunidade local para deficientes físicos, na natação. Seu real interesse era iniciar no atletismo, porém por não possuir dinheiro para adquirir um tênis, apenas quando sua irmã doou-lhe seu único para pode iniciar no atletismo, aos com 20 anos de idade. Já na primeira competição conquistou medalha de segundo lugar, o que lhe rendeu a realização de um desejo, ter dinheiro para comprar yogurte.

Em 2012 se tornou a atleta cega mais rápida do mundo, com o tempo de 12,01s na prova de 100m rasos.

Seus atletas guias das Paralimpíadas Rio 2016 são Rafael Lazarini e Rodrigo Chieregatto. Seu técnico é Amauri Veríssimo.


DANIEL DIAS
Daniel Dias inicia Jogos Paralímpicos com medalha de ouro
"Daniel não tem complexo, vê a vida sempre bela, ama viver e diz que tudo é capaz, basta acreditar nos seus sonhos", dizem seus pais.

Daniel, 28 anos, estreou as Paralimpíadas Rio 2016 com medalha de ouro para o Brasil com o tempo de 2.27.88 nos 200m livre, completando agora 16 medalhas paralímpicas. Conquistou também 4 medalhas de prata e uma de bronze.

Daniel nasceu em Campinas, São Paulo em 24 maio de 1988, com apenas 1970 kg e 37 semanas. Viveu com sua família em Camanducaia, interior de São Paulo. Nasceu com má formação congênita dos membros superiores (mãos) e da perna direita. Aos 3 anos passou uma cirurgia para começar a usar prótese.

Se interessou pelo paradesporto ao assistir o atleta nadador paralímpico Clodoaldo Silva, numa das provas paralímpicas em Atenas, 2004.

Saiba mais sobre esportes para deficientes: Há uma competição dedicada apenas a pessoas com deficiência intelectual, a ‘Special Olympics’, que atua no Brasil em 9 modalidades esportivas. Acesse para saber mais: specialolympics.org.br/.


Texto em construção: Carin Perske
ASCOM/SME

Referências Bibliográficas:

Brasil 2016-Portal Oficial do Governo Federal sobre os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Visualizado no site em setembro de 2016, link:  http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/paraolimpiadas/modalidades/atletismo

BBC - Eficiência, e não deficiência: com explosão de vendas ingressos, atletas paralímpicos querem mostrar mais que superação. Visualizado no site em setembro de 2016, link:  http://www.bbc.com/portuguese/brasil-37281665

Comitê Paralímpico Brasileiro - Atletismo. Visualizado no site em setembro de 2016, link: http://www.cpb.org.br/modalidades-visualizacao/-/asset_publisher/tHrsC3pX9wgK/content/id/22633


Zago, Fernanda: O que você provavelmente não sabia sobre as Olimpíadas. Deficiente, o andar começa na cabeça. Visualizado no site em setembro de 2016, link: http://www.fernandazago.com.br/2016/08/o-que-voce-provavelmente-nao-sabia.html

Dicyt - Esporte paralímpico: simbiose entre Ciência e Tecnologia? Visualizado no site em setembro de 2016, link: http://www.dicyt.com/noticia/esporte-paralimpico-simbiose-entre-ciencia-e-tecnologia

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